Saindo de Marcapata para o dia que prometia ser um dos mais difíceis, de cara peguei uma estrada errada e desci inutilmente por uns 15 minutos. Ao ser avisado, subi tudo novamente, já bastante revoltado. Segui por 10 km subindo por uma estrada de terra muito estreita, por onde mal passava um caminhão, me obrigando, às vezes, a esperá-los a menos de 30 cm do abismo. Logo eu que morro de medo de altura. A cada 50 metros, uma mulher com um walk talk e uma placa de PARE/SIGA evitavam as colisões. Era cerca de 10 da manhã, eu estava com toda minha roupa de frio, pedalando e empurrando, e tremendo de frio. Sabia que teria que acampar no meio dessa subida, a mais de 4000 m de altitude, em temperaturas bem abaixo de zero.
Quando uma caminhonete da Conirsa me ofereceu uma carona que seria até metade da subida, aceitei na hora. E nem pensei 2 vezes quando me ofereceram de me deixar no Abra, o cume da montanha. Foi uma decisão bastante frustrante, mas creio que foi o mais inteligente a fazer, pois não conseguiria fazer estes últimos 28 kilometros que roubei até o fim do dia. A respiração estava mais difícil a cada metro, e o vento gelado me desgastava muito, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Avançava a passos de tartaruga, e as pausas para descanco eram cada vez mais longas. A frustração só não foi maior porque no dia seguinte, após descer muito, fui presenteado com outra montanha; e esse abra, um pouco mais baixo, venci, com muita dificuldade. Posso dizer que agora conheço bem meus limites, e creio que consegui de certa forma superá-los.
1 comment:
Oi menino!! Que legal encontrar a sua última atualização... sinal de que você chegou em algum lugar!!!
Continuo achando maluquice, mas agora com um orgulho enorme desse meu sobrinho!!!
Qualquer dia vou ver você no Jô! Posso até apostar.
Beijão grande!!
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