Saturday, January 31, 2009

Aguas Dulces - Santa Vitoria

Saí tarde, as 2 da tarde. Pedalei por todo o dia preocupado em fazer os 90 km até o Chuí antes do anoitecer. Quando cheguei ao Chuí, a noite, decidi seguirmais 20 km até Santa Vitória. Acabei chegando as 11 da noite, debaixo de uma forte chuva. Ainda não sabia como seria pedalar novamente no Brasil, mas minha impressão era péssima. PAreecia que a viagem de verdade já havia acabado, e que de agora para frente a viagem mudaria p rumos que não me agradavam.

Valizas - Aguas Dulces

Sai tarde de Valizas, e após uns 14 km pedalados, cheguei à entrada para Aguas Dulces. Decidi entrar para conhecer. Encontrei um ambiente bastante diferente de nVAlizas, mais calmo e familiar. Como estava muito próximo à fronteira com o Brasil, e queria aproveitar bem oi Uruguai, decidi acampar ali. Foram 2 noites de tempestade e vendaval. Pela primeira vez, a barraca não resistiu. Como a areia era muito fofa, e isso atrapalahava as estacas, decidi amarrar a barraca também numa árvore que estava a uns 10 cm da barraca. O vento derrubou a árvore ( para o outro lado ), e deitou minha barraca. Acordei com a barraca desmontada em cima de mim, e cheia de água. Somente na tarde seguinte consegui sair para seguir viagem.

Valizas - Cabo Polonio - Valizas


O agressivo lobo marinho.














Pela praia, seriam uns 12 km. Fui um trecho pela praia, e depois entrei nas dunas e fui por dentro quase até Cabo Polonio. Passei o dia passeando, e voltei no fim da tarde, pelo mesmo caminho.





Como é proibido entrar de bicicleta em Cabo Polonio, e não tinha dinheiro para pagar um passeio de 4X4 que são autorizadas a circular no trecho da estrada a Cabo Polonio, decidi ir a pé, pela praia, saindo de Valizas.

La Paloma - Valizas




Valizas é uma interessante cidadela de pescadores, que no verão é atacada pela malucada.













Laguna Garzon - La Paloma

Essa região era uma área protegida. Acabei fazendo amizade com uns guarda-parque, e um deles me prometeu tentar me por para dentro do camping de graça. MArcamos as 9 da noite em frente ao camping onde ele vivia, num espaço cedido a ele por ser um funcionário da reserva. Após chegar empurrando, na chuva, a Piriapolis, com o pneu rasgado, fui buscar uma loja que vendesse pneus de bike. Isso resolvido. fiz uma hora e, as 9 horas em ponto, estava em frente ao camping. Enquanto esperava, contei toda a história da viagem para os interessados funcionários da portaria do camping. Eles chegaram a comentar que seria legal se eu puidesse ficar de graça no camping....Mas era impossível. Porém, poderiam me colocar na área dos sócios, como um convidado. O preço seira 40 pesos, em vez dos 150 que custaria normalmente. 150 pesos uruguaios? Não pagaria isso para mointar minha barraca......As 9 e meia chegou o guarda parque. Disse que eu era um pesquisador, e estava ali a serviço do parque, e que tinha autorização para passar a noite de graça. Os funcionários do camping, a fim de me ajudar, deram uma risada e disseram - " Ele já nos contou tudo sobre a pesquisa. Tá liberado".... O poder da verdade.


E a trilha de areia.....Era sem saída e sem fim. Chegava a uma lagoa. Tive que empurrar por uns 5 km na areia fofa, margeando a lagoa.


Como já estava previsto, a estrada de terra foi dando lugar a uma trilha de areia.






Piriapolis - Laguna Garzon


O trecho de Piriápolis a LAguna Garzon prometia ser, para mim, de poucos atrativos. É a região mais nojenta da costa do Uruguay. Punta Del Leste e várias da mesma laia são as praias desse trecho. Uma balsa atravessa do estado de Maldonado para o estado de Rochas. Foi como mudar de país. Do lado de lá (Rochas), acampei numa vila de pescadores (umas 10 casinhas), onde fui muito bem tratado.




Montevideo - Piriapolis

Fiz de bobo.


NO exato momento que eu pensava em minha volta para casa, em Belo Horizonte....Infeliz coincidência...








Wednesday, January 21, 2009

Km 67 - Montevideo


Montevideo é linda.

Colonia - Km 67

Pedalei bastante por todo o dia. Parei apenas para comer e para, no fim da tarde, ver uma corrida de bicicletas estradeiras passar pela estrada. Estava assisitndo e conversando com un senhor de uns 70 anos. Ele me disse que já tinha treinado de manhã. Quandpo olhei, o senhor estava com cap de ciclismo e tudo. Como fui descobrir nos dias seguintes, ciclismo é um esporte popular no uruguay. E a turma dos veteranos é enorme. PArei para dormir no único lugar que encontrei sem cerca. Um espécie de parquinho na beira da estrada. Estirei o saco de dormir debaixo do escorregador e dormi como uma pedra.

Carmelo - Colonia

A impressão que eu tinha era de que atravessar o Uruguay seria fácil e chato. Fácil por ser tudo
plano, e chato por estar em período de férias, e os milionários estarem todos na costa. Nos primeiros km do dia, peguei um forte vento contra. Não esperava por isso. Estava ouvindo uns mp3 que havia copiado das pessoas, e uma banda bem deprê conseguiu me deixar irritado com o vento. Além do mais, estava indo para a região de Colonia, onde já sabia que era um lugar d endinheirados. Segui contra o forte vento. Um m,otoqueiro brasileiro que encontrei me idsse - "agora compreendo pq os poetas uruguaios falam tanto em vento". Por essa eu esperava. Sabia que não seria tão duro quanto os ventos do altiplano, mas sabia também que precisaria de um pouco de calma e alto astral.

Carmelo

Mesmo chegando tarde a Carmelo, estava com muito calor e tomei um banho de rio. Há uma área municipal de camping na prainha, e é grátis. Choveu muito a noite, e de manhã nem quis nadar. Com o céu feio, fiquei meio na dúvida.....Decidi continuar.

Buenos Aires - El Tigre

De Buenos Aires, pedalei até El Tigre, de onde poderia atravessar para o Uruguay de uma forma mais economica. Nao havia passagens disponíveis por 2 dias. Com meu nome na lista de espera, esperei por algumas horas, até que, as 4 e meia da tarde, chamaram meu nome. A 5 minutos da saída da balsa, tive que tirar toda bagagem da bike, passar pelo raio X, comprar a passagem, passar pela aduana, pegar a bike e descer para a balsa. Exatos 5 minutos.

Buenos Aires


Durante um passeio de bike pela cidade, conheci Juan, da empresa La Bicicleta Naranja (http://www.labicicletanaranja.com.ar/), que me convidou para agregar ao pequeno grupo de europeus que guiava pela cidade, e assim seguimos, 6 seres pedalantes, pelas ruas de Buenos Aires.


Família Grasso, que me recebeu de portas super abertas em sua casa em Buenos Aires. Valeu!
De Tucuman, pensava em seguir pelo Chaco e entrar pelo Brasil pelo Paraguay, mas após muito pesquisar e conversar com pessoas que conheciam a regiao, concluí que nao era a melhor época. Decidi descer para Buenos Aires, e voltar pelo Uruguay. Me encantava a idéia d eterminar a viagem na praia. Mas para conhecer tudo o que eu queria conhecer, teria que iniciar um verdadeiro Tour de France, e atravessar pedalando muito os monotónos campos dos pampas argentinos. Optei por pegar um onibus e roubar esse chato trecho de 800 km.

San Miguel de Tucuman e a Casa de Ciclistas de Benjamim

Dentre as centenas de fotos que o cara tem dos ciclistas que passaram por sua casa, a de um casal (creio que frances), me chamou a atencao. Levam um cachorro, e nao é um cachorro muito pequeno nao. O cachorro também ficou hospedado por um bom tempo na casa do Benja.



Benjamim em sua viagem pelas Américas.


Estou apaixonado pelos calcadoes. Para mim nao ha nada mais evoluído que fechar uma rua para que o espaco seja ocupado pelas pessoas. Lindo!



Nem só de suco vive um ciclista. Churrasquinho com bastante cerveja.



Já desanimado com essa história de Csas de Ciclistas, após ter dado muito azar tentando apoio em outras, fui recebido na casa do Benjamim, no coracao da cidade. Anarquista por natureza, saiu de casa aos 21 anos com 60 dólares, e viajou por 4 anos em sua bicicleta até o Alasca. Lá viveu por um ano, comprou um carro velho, e voltou dirigindo por mais um ano. Fiquei em sua casa por 3 dias, e foi foda sair, sabendo que estava deixando para trás a oportunidade de fazer um grande amigo. Bom...Assim é...








San Miguel é a cidade onde foi declarada a independencia da Argentina. Com mais de 1 milhao de habitantes, é a maior cidade do norte do país.

Saturday, January 10, 2009

Tafi del Valle - San Miguel de Tucuman




Realmente, a descida era enorme. Havia vários trechos mais planos, e a 40 km de San Miguel cheguei a 600 m e acabou a descida. De vez em quando, aparecia uma rotatória com umas 3 estradas diferentes indo para San Miguel. Como nao tinha mapa ou qualquer informacao, seguia sempre a mais simpática. Conforme me explicaram depois, fiz o caminho com tráfego mais intenso. Mas para mim nao fez diferenca, pois o acostamento era gigante. Como o trecho era plano, e tinha que pedalar em uma marcha muito pesada por ter um elo da corrente aberto (e muita preguica de parar para arrumar), cheguei muito rápido em San Miguel. Como tinha o contato de uma pessoa por lá, bastou um telefonema, e em menos de 5 minutos já estava tomando uma água geladinha e batendo um bom papo com um figura chamado Benjamim.



Amaicha del VAlle - Tafi del Valle




Chegando no Infernillo, pude ter uma noçao da tormenta que havia caído. Acendi o pisca traseiro e segui. A chuva engrossou, e desci com as maos congelando, mais uma vez. Em meia hora, a chuva comeu minahs borrachas de freio. Chegando a Taffi del Valle, o último lugar que eu queria parar, me dei por vencido e entrei na cidade. Mansoes, carros e motos de luxo. Procurei um lugar mais barato, tomei uma ducha quente e entrei debaixo de cobetor, com a chuva despencando lá fora.



O que eu sabia era que o dia começaria com uma subida de quase 40 km, em que subiria (em altitude) mais de 1100 m. Mas estava animado, e seco para enfrentar a subida. Sabia também que uma vez no cume (+-3200 m), desceria uns 80 km e chegaria a 600 m. O dia amanheceu horrível, numa cidade onde todas as placas diziam que fazia sol 360 dias por ano. Sabia que o mesmo nao se aplicava ao cume, que era conhecido pelas terríveis condiçoes climáticas. NA metade da subida, fui parado por um senhor que trabalhava no acampamento de manutençao da estrada. Ali estavam parados vários carros no sentido contrário, vindo do abra. Me disseram para nao subir. O ideal seria aguardar um pouco, pois estava caindo uma tempestade de granizo, e havia muito gelo na pista. Disse a eles que já estava acostumado com chuvas de granizo, e que até eu chegar lá em cima, o gelo já haveria derretido. A motorista da caminhonete me disse que tambem estava acostumada com péssiams condiçoes climaticas, e que se estava dizendo que estava fei é porque estava muito feio, pois morava em Ushuiaia... Quando ela disse isso, desci da bike na hora, e a encostei. O senhor me disse para entrar, que poderia passar a noite ali sossegado, e que a coisa lá no alto deveia estar feia mesmo. Assim que todos se foram, fiquei um tempo conversando com ele. Percebi que ele estava muito alcoolizado, e que estava na verdade, querendo alguém paa lhe fazer companhia. Parei alguns carros na estrada, para averiguar como estava a coisa, e me disseram que a tormmenta já havia passado. Que estava chovendo muito, mas que a neblina tinha diminuído um pouco, e o gelo na pista já havia diminuído. Assim, decidi seguir.